domingo, 12 de junho de 2011

Aos ímpares e aos pares.


Hoje eu invoco a natureza, os deuses, os astros e tudo o que une. 
Hoje eu quero me unir aos ímpares e aos pares. 
Quero me unir aos românticos, aos solitários e aos acompanhados. 
Aos que jantam sozinhos e aos que tem um par de xícaras ao lado. 

Aos que tem um amor platônico, um amor perdido, 
um amor correspondido, um amor divino.
Um amor inextricável. Um amor infindável.
Um amor tempestade, um amor calmaria.
Um amor que apazigua, um amor que não alivia.
Ao que não tem amor nenhum e sente a vida vazia.

Aos desesperançados e aos que acreditam. 
Aos que lutam, aos que acham essa luta vã. 
Aos equilibristas, aos que se equilibram no vão. 
Aos que são heróis, aos que levam uma vida de cão. 
Aos que ainda aceitam as fantasias, 
aos que levam porrada todo dia. 
Aos que não tem chão e não tem fome. 
Aos que tem fome, mas não tem pão. 
Aos que tem pão e o comem.

Aos que foram enganados e feitos de cacos, 
aos que tem alguém que os constrói diariamente.
Aos que foram transformados em pedra, 
aos que foram transformados em flor por alguém que não mente. 
Aos que falam, aos que engolem frases e tem má digestão. 
Aos que saboreiam as memórias, 
aos que prefeririam ter amnésia e não lembrar não. 
Aos dramáticos, aos que fingem que não dói. 
Aos que ainda tem coração.

Hoje eu quero me unir ao meu eu e dizer-lhe: 
"Já que é com você que eu vou viver a minha vida inteira, 
que ao menos seja uma relação de amor". 
Quero me unir aos que se auto-namoram, 
aos que se apaixonam por si mesmos e não se abandonam.

Aos que esperam um par pra dividir. 
Aos que já tem alguém pra se somar. 
Que hoje os ímpares se somem aos outros ímpares, 
e o só seja um só acompanhado. 
Que a solidão seja companhia. 
E a companhia não seja solidão. 

Hoje eu quero me unir ao que foi, 
ao que é, 
ao que não é 
e não será jamais. 
Quero me unir a todos os meus amores, 
desde o meu primeiro da segunda série 
até o último que foram todos em um só.

Hoje eu quero me unir aos embriagados de sentimentalidades.
Aos que amam com toda a fé que tem na vida. 
Aos que transbordam, aos que se entregam, aos que seguem furacões. 
Aos que vão sem medo. 
Aos que vão porque tem medo de ficar.

Hoje eu quero me unir ao tudo e ao nada.

Hoje eu quero me unir ao pensamento 
de que o amor é mais presença do que ausência. 
E que ele vem, vem sim. Ele vence.

Hoje eu quero me unir ao sincero, ao humano, ao sensível, 
ao dolorido, ao sagrado, ao sobrevivente, ao vencedor, 
ao insano, ao intenso, ao que voa, ao que anda, 
ao cinza e ao que é uma caixa de lápis de cor, 
ao oco, ao louco, ao salubre, ao magnânimo, 
ao que já não tem ânimo, 
ao que restaura, ao que tem aura, 
ao que é passível de amor. 
Ao que nele se funde, 
ao que nele se une.

2 comentários:

  1. Taís, eu quero unir-me a algo/alguém todo dia, não somente hoje, e ai? KKK
    De muito bom gosto o texto; dia apropriado para tratar da (des)união, né?!
    Que encontremos sempre boas companhias,e que elas encontrem em nós seres que a acompanhem e a completem também!
    Seu blog é relativamente novo, passo a segui-la na expectativa do que vem por ai... rs'
    Um abraço.

    L.C.

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  2. Hum, rimas pobres. Por favor, tente enriquecer mais da próxima vez.

    Ass,
    você mesma.

    Ah, e pára de mudar o layout e o nome do blog.
    Obrigada.

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